segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Black Country Communion – Black Country Communion (2010)


Aproveitando que estamos às vésperas do lançamento do novo álbum "Afterglow", postaremos resenhas dos dois primeiros discos do Black Country Communion.




Kevin Shirley é um velho conhecido para os interessados em rock ‘n’ roll – não há como ter bandas como Iron Maiden, Rush e Led Zeppelin no currículo e passar despercebido – e foi em 2009, este promoveu uma fantástica união. O line-up matador composto por Glenn Hughes, Joe Bonamassa, Jason Bonham e Derek Sherinian deu a face ao que viria a considerada “Melhor banda dos últimos 10 anos” por ninguém menos que Eddie Trunk.

Quando o single ‘One Last Soul’ foi lançado, o que se tinha noção era de que seria na linha dos últimos álbuns solo de Glenn Hughes (não desmerecendo seus fantásticos trabalhos), porém quem esperava um álbum mais calmo baseado neste sensacional single, que mostra um entrosamento muito bom da banda e linhas rítmicas muito consistentes se deu muito mal. A faixa que abre o álbum começa com um forte e frenético riff de baixo, sendo seguido pelos demais instrumentos, com paradinhas arrepiantes e a já conhecida voz potente e rasgada de Hughes vindo seguida por um solo matador de Joe Bonamassa. É uma faixa empolgante e que nos remete ao espírito do rock setentista num mix de Led Zeppelin com Ritche Blackmore. Seguida pela protagonista do single, a ótima ‘One Last Soul’, e que nos mostra o quão entrosado o grupo estava mesmo sendo tão recente. Mais adiante, nossos ouvidos revelam a maravilhosa e vibrante “The Great Divide”, que parece nos levar a um túnel de emoções conforme os segundos da canção vão passando; ela traz um som denso e cheio, que infeliz ou felizmente não remetem a banda alguma como referência, talvez por isso seja tão única, pesada, um claro e injusto desafio ao corpo para não se arrepiar. Mas “Down Again” não fica atrás, sendo uma paulada, além de podermos ouvir melhor as bases de Derek vinculado à típica guitarra de blues de Bonamassa – uma mistura sensacional.

 ‘Beggarman’, em sequência nos surpreende, com um começo que mais parece –e não é de se duvidar que tenha sido- uma jam, se desdobrando em uma música rápida e completa e completamente rock ‘n’ roll. Uma pergunta muito cabível é como um álbum que já está sendo uma audição sensacional conseguiria ficar ainda melhor, e a próxima canção vem para responder esta questão. Todos conhecemos o incrível dueto que Hughes formava com David Coverdale – de fato, um dos mais importantes de toda a história do rock ‘n’ roll, porém, em momento algum de sua longa carreira a voz de Glenn poderia ter combinado tanto com outra quanto a de Bonamassa. “Song of Yesterday” começa leve e suave –tal  como a voz de Joe – acompanhada de um breve e baixo dedilhado. Nesta longa e épica música, cujo início pode nos lembrar muito Rainbow na fase de Ronnie James Dio, a banda mostra que debuts ainda podem e devem conter obras-primas. As vozes soando lindamente com um adicional solo longo e emocionante de guitarra. A zeppeliana ‘No Time’ nos mostra que Jason merece o sobrenome que tem. Hard Rock de primeira, sem esquecer a ótima performace de Derek – discreta, porém essencial. O excelente cover do Trapeze, ‘Medusa’ –uma ótima escolha, pois se encaixou perfeitamente no álbum- . E para nos surpreender, em ‘The Revolution in Me’ Bonamassa solta toda sua qualidade vocal e mostra que mesmo jovem já mostra uma experiência sensacional para o canto, e não somente para as guitarras.

 Não exagero em dizer que este álbum pode agradar a gregos e troianos, pois o além de nos remeter a Zeppelin e trabalhos de Blackmore, para completar a santíssima trindade, o riff de ‘Stand (At The Burning Tree)’ de cara nos lembra muito Black Sabbath, mesmo sendo sem contestação uma música de hard rock. É uma linda mescla, que acabou formando um estilo muito particular.
Quase fechando o álbum, temos ‘Sista Jane’, mais um caloroso dueto de Joe e Glenn. Agitada e empolgante, com refrão grudento e riffs ótimos. A última faixa do disco, ‘Too Late For The Sun’, nos trás a uma atmosfera tensa, bem do início dos anos 70 – o que creio ter sido intencional, dado o nome do grupo-. Algo como uma breve participação de Jon Lord em alguma faixa do Black Sabbath, de início. Uma vitamina de elementos setentitas. Em suma, um álbum maravilhoso. Para aqueles que necessitam ou querem rock ‘n’ roll de qualidade, Black Country Communion não tem contra-indicações.

1-Black Country
2-One Last Soul
3-The Great Divide
4-Down Again
5-Beggarman
6-Song of Yesterday
7-No Time
8-Medusa
9-The Revolution in Me
10-Stand (At the Burning Tree)
11-Sista Jane
12-Too Late for the Sun


Glenn Hughes - Voz e Baixo
Joe Bonamassa - Voz e Guitarra
Jason Bonham - Bateria
Derek Sherinian - Teclado

Tamires Menezes 





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