sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Andre Matos - The Turn of the Lights (2012)


Talvez tanto quanto o Time To Be Free, o novo álbum foi marcado por expectativas altas e, até algum receio. A troca de integrantes, a pouca receptividade ao álbum anterior e o fato da banda solo ter parado um tempo para que Andre Matos trabalhasse no Symfonia pesaram para que os fãs pudessem esperar do terceiro disco solo do vocalista. E Mesmo com tudo isso em jogo, Andre Matos mostrou que sua banda não poderia estar mais sólida. The Turn of the Lights é carregado de novos elementos e performances recheadas de dosagens certeiras. No sucessor de Mentalize, a banda aposta sem medo nas variações, e, ao mesmo tempo trazendo esses novos horizontes a uma sonoridade amarrada e extremamente consistente, fazendo com que o álbum seja homogêneo da melhor forma possível, sem cair na repetição.
Entre os membros atuais da banda, o guitarrista Hugo Mariutti é o mais antigo parceiro de Andre Matos, parceria essa que rendeu ótimos frutos. O guitarrista oferece em The Turn of the Lights seu melhor desempenho desde os tempos de Shaman com sua costumeira agressividade em seus riffs que ganharam destaque com a nova abordagem da banda.
Se havia preocupação dos fãs com o novo line-up, logo ela se mostra desnecessária com o presente baixo de Bruno Ladislau, e a bateria de Rodrigo Silveira esbanjando ritmo. André Hernandes continua com seus solos matadores, e Andre Matos mostra que a saída de Fábio Ribeiro não fragilizou os teclados da banda, enquanto seus vocais estão altamente maduros trazendo melodias sóbrias.
O álbum abre com a cadenciada “Liberty” que traz um vocal direto e altamente imponente, tendo a guitarra em evidência fazendo um riff muito característico a essa música, pois soa quase como se ela fizesse as vezes do teclado, o que dá um ar de modernidade à faixa. Em muitos aspectos ela acaba dando o tom ao disco.
 Após a convencional “The Course of Life”, um power metal tradicional e cru, a faixa-título retoma as chamativas características de “Liberty” com um adendo de peso e sombriedade, e uma letra intimista igualmente ao vocal que conta com uma interpretação quase que de imposição. “Stop” é mais um destaque do álbum, e tem um quê de AOR na melodia e no riff das guitarras. “Light-Years” dá destaque à bateria e traz um refrão inusitado e bastante interessante.
As letras inteligentes e as composições evidenciam um novo nível na carreira de Andre Matos. A produção de Brendan Duffey e Adriano Daga também merece destaque, pois fica sem dever nada ao time que trabalhou com a banda em Time to be Free. Talvez seja cedo pra dizer o lugar de The Turn of the Lights, mas ele facilmente alcança o status de melhor álbum solo de Andre Matos e um dos cinco melhores de sua carreira como um todo.

1-Liberty
2-The Course of Life
3-The Turn of the Lights
4-Gaza
5-Stop!
6-On Your Own
7-Unreplaceble
8-Light-Years
9-Oversoul
10-Sometimes
11-White Summit

Andre Matos - voz, piano e teclado
André Hernandes - guitarra
Hugo Mariutti - guitarra
Bruno Ladislau - baixo
Rodrigo Silveira - bateria


Igor Luis Seemann

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