Mesmo com as falhas na organização da casa, o Edguy entrou pouco
antes das 20:00, divulgando seu último
álbum The Age of the Joker (2011) iniciou seu show com uma introdução
perturbadora que soava de acordo com o cenário ilustrado por um palhaço insano
– capa de seu supracitado último álbum. Nobody’s Hero abria o show e logo de
início notava-se que apesar de se tratar de um show de abertura, muitos que ali
estavam compraram seus ingressos para ver a banda alemã que não vinha ao Brasil
desde o começo de 2009.
Ainda que curto, foi um set montado de forma muito
inteligente trazendo todas as fases do Edguy, sendo que o show seguiria com a faixa
icônica ‘Tears of a Mandrake’, engatando em ‘Lavatory Love Machine’ sendo nessa
em que Tobias Sammet mostrou que um set curto não é motivo para não interagir
com o público. A pesada ‘Ministry of Saints’, do penúltimo álbum da banda
movimentou o público, ainda que ansioso para a atração principal da noite. Esbanjando
elogios às terras paulistanas entre as músicas, mostrando grande carinho, a
banda continuou com ‘Robin Hood’, do
novo álbum, ainda que comprida, ficou excelente ao vivo, dando abertura para
Tobias brincar com o público em determinado trecho da música, em que somente a
cozinha marca presença fazendo uma paródia do Iron Maiden, incluindo o bordão
“Scream for me, São Paulo” de Bruce Dickinson.
O público respondeu à altura ao refrão grudento de ‘Vain
Glory Opera’, podendo-se ouvir coros se formando em diversos pontos do Espaço
das Américas. A balada ‘Save Me’ foi puxada por Tobias, que encarregou a
plateia do refrão por diversas vezes, aparentemente contente com o resultado.
Seguida de ‘Superheroes’, e a empolgante ‘King of Fools’, o Edguy fechava uma
curta – porém muito competente – noite. O público mesmo contrastante se manteve
entretido durante a apresentação, se tem a certeza que durante essa hora
nasciam novos fãs de Edguy, e como a banda prometeu ao final do show: eles
voltarão. E assim esperamos.
Slash feat. Myles Kennedy
Feito o ótimo show do Edguy
e a devida preparação do palco para a principal banda da noite, Slash entrou
pontualmente muito bem acompanhado de Myles Kennedy e a banda The Conspirators,
que esbanjaram energia e empolgação - esta que foi recebida com reciprocidade
do público de cara com a igualmente empolgante “Halo” do novo disco, colada com “Nightrain”, clássico do Guns ‘n’ Roses que caiu muito bem para o
começo do espetáculo, antes da pisada no freio com “Ghost”.
Toda a banda toda fez
justiça à calorosa recepção do público, pois todos os integrantes estavam
claramente felizes por estarem lá, oferecendo uma ótima performance. O
vocalista Myles Kennedy deu um show à parte, executando com facilidade as
músicas de todas as fases da carreira do guitarrista, deixando sua marca, mas dando
a proporção certa de fidelidade à versão original, como deve ser.
Um dos mais memoráveis
momentos do show foi no clássico “Civil
War”, quando o público teve uma das reações mais positivas da noite – o que
não significa que tenha sido uma noite exclusivamente nostálgica, pois “No More Heroes” e “Anastasia” também foram muito bem-vindas. Entre clássicos e
novidades, Slash presenteou os fãs ali presentes com um tocante solo de blues
no qual transbordou feeling.
E só pelo impacto causado
não há como não comentar as quatro últimas músicas, que, por sinal foram muito
bem escolhidas para fechar o show. O público não hesitou em correr alegremente
para a pista quando ouviram as primeiras notas de “Sweet Child O’ Mine”,
seguida de “Slither” do primeiro álbum do Velvet Revolver, cuja introdução de
baixo veio a calhar para que Myles Kennedy pudesse apresentar os membros da
banda – um dos pontos altos do show, só não sendo mais agressiva que “Welcome
to the Jungle” cantada pelo baixista Todd Kerns que o fez muito bem. Quem
estava na pista pôde facilmente sentir o chão tremer por conta da agitação. A
melodiosa “Paradise City” fechava o show com todos os espectadores cantando e
dançando.
Uma ótima noite de
celebração da carreira deste que é um dos mais adorados guitarristas dos anos
80 sem deixar que o passado ofuscasse seu notável trabalho atual.
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