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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Slash e Edguy - São Paulo, Espaço das Américas (06/11/2012)

Mesmo com as falhas na organização da casa, o Edguy entrou pouco antes das 20:00,  divulgando seu último álbum The Age of the Joker (2011) iniciou seu show com uma introdução perturbadora que soava de acordo com o cenário ilustrado por um palhaço insano – capa de seu supracitado último álbum. Nobody’s Hero abria o show e logo de início notava-se que apesar de se tratar de um show de abertura, muitos que ali estavam compraram seus ingressos para ver a banda alemã que não vinha ao Brasil desde o começo de 2009.




Ainda que curto, foi um set montado de forma muito inteligente trazendo todas as fases do Edguy, sendo que o show seguiria com a faixa icônica ‘Tears of a Mandrake’, engatando em ‘Lavatory Love Machine’ sendo nessa em que Tobias Sammet mostrou que um set curto não é motivo para não interagir com o público. A pesada ‘Ministry of Saints’, do penúltimo álbum da banda movimentou o público, ainda que ansioso para a atração principal da noite. Esbanjando elogios às terras paulistanas entre as músicas, mostrando grande carinho, a banda continuou  com ‘Robin Hood’, do novo álbum, ainda que comprida, ficou excelente ao vivo, dando abertura para Tobias brincar com o público em determinado trecho da música, em que somente a cozinha marca presença fazendo uma paródia do Iron Maiden, incluindo o bordão “Scream for me, São Paulo” de Bruce Dickinson.

O público respondeu à altura ao refrão grudento de ‘Vain Glory Opera’, podendo-se ouvir coros se formando em diversos pontos do Espaço das Américas. A balada ‘Save Me’ foi puxada por Tobias, que encarregou a plateia do refrão por diversas vezes, aparentemente contente com o resultado. Seguida de ‘Superheroes’, e a empolgante ‘King of Fools’, o Edguy fechava uma curta – porém muito competente – noite. O público mesmo contrastante se manteve entretido durante a apresentação, se tem a certeza que durante essa hora nasciam novos fãs de Edguy, e como a banda prometeu ao final do show: eles voltarão. E assim esperamos.

Slash feat. Myles Kennedy

Feito o ótimo show do Edguy e a devida preparação do palco para a principal banda da noite, Slash entrou pontualmente muito bem acompanhado de Myles Kennedy e a banda The Conspirators, que esbanjaram energia e empolgação - esta que foi recebida com reciprocidade do público de cara com a igualmente empolgante “Halo” do novo disco, colada com “Nightrain”, clássico do Guns ‘n’ Roses que caiu muito bem para o começo do espetáculo, antes da pisada no freio com “Ghost”.



Toda a banda toda fez justiça à calorosa recepção do público, pois todos os integrantes estavam claramente felizes por estarem lá, oferecendo uma ótima performance. O vocalista Myles Kennedy deu um show à parte, executando com facilidade as músicas de todas as fases da carreira do guitarrista, deixando sua marca, mas dando a proporção certa de fidelidade à versão original, como deve ser.

Um dos mais memoráveis momentos do show foi no clássico “Civil War”, quando o público teve uma das reações mais positivas da noite – o que não significa que tenha sido uma noite exclusivamente nostálgica, pois “No More Heroes” e “Anastasia” também foram muito bem-vindas. Entre clássicos e novidades, Slash presenteou os fãs ali presentes com um tocante solo de blues no qual transbordou feeling.



E só pelo impacto causado não há como não comentar as quatro últimas músicas, que, por sinal foram muito bem escolhidas para fechar o show. O público não hesitou em correr alegremente para a pista quando ouviram as primeiras notas de “Sweet Child O’ Mine”, seguida de “Slither” do primeiro álbum do Velvet Revolver, cuja introdução de baixo veio a calhar para que Myles Kennedy pudesse apresentar os membros da banda – um dos pontos altos do show, só não sendo mais agressiva que “Welcome to the Jungle” cantada pelo baixista Todd Kerns que o fez muito bem. Quem estava na pista pôde facilmente sentir o chão tremer por conta da agitação. A melodiosa “Paradise City” fechava o show com todos os espectadores cantando e dançando.

Uma ótima noite de celebração da carreira deste que é um dos mais adorados guitarristas dos anos 80 sem deixar que o passado ofuscasse seu notável trabalho atual.


Tamires Menezes e Igor Luis Seemann

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Andre Matos - The Turn of the Lights (2012)


Talvez tanto quanto o Time To Be Free, o novo álbum foi marcado por expectativas altas e, até algum receio. A troca de integrantes, a pouca receptividade ao álbum anterior e o fato da banda solo ter parado um tempo para que Andre Matos trabalhasse no Symfonia pesaram para que os fãs pudessem esperar do terceiro disco solo do vocalista. E Mesmo com tudo isso em jogo, Andre Matos mostrou que sua banda não poderia estar mais sólida. The Turn of the Lights é carregado de novos elementos e performances recheadas de dosagens certeiras. No sucessor de Mentalize, a banda aposta sem medo nas variações, e, ao mesmo tempo trazendo esses novos horizontes a uma sonoridade amarrada e extremamente consistente, fazendo com que o álbum seja homogêneo da melhor forma possível, sem cair na repetição.
Entre os membros atuais da banda, o guitarrista Hugo Mariutti é o mais antigo parceiro de Andre Matos, parceria essa que rendeu ótimos frutos. O guitarrista oferece em The Turn of the Lights seu melhor desempenho desde os tempos de Shaman com sua costumeira agressividade em seus riffs que ganharam destaque com a nova abordagem da banda.
Se havia preocupação dos fãs com o novo line-up, logo ela se mostra desnecessária com o presente baixo de Bruno Ladislau, e a bateria de Rodrigo Silveira esbanjando ritmo. André Hernandes continua com seus solos matadores, e Andre Matos mostra que a saída de Fábio Ribeiro não fragilizou os teclados da banda, enquanto seus vocais estão altamente maduros trazendo melodias sóbrias.
O álbum abre com a cadenciada “Liberty” que traz um vocal direto e altamente imponente, tendo a guitarra em evidência fazendo um riff muito característico a essa música, pois soa quase como se ela fizesse as vezes do teclado, o que dá um ar de modernidade à faixa. Em muitos aspectos ela acaba dando o tom ao disco.
 Após a convencional “The Course of Life”, um power metal tradicional e cru, a faixa-título retoma as chamativas características de “Liberty” com um adendo de peso e sombriedade, e uma letra intimista igualmente ao vocal que conta com uma interpretação quase que de imposição. “Stop” é mais um destaque do álbum, e tem um quê de AOR na melodia e no riff das guitarras. “Light-Years” dá destaque à bateria e traz um refrão inusitado e bastante interessante.
As letras inteligentes e as composições evidenciam um novo nível na carreira de Andre Matos. A produção de Brendan Duffey e Adriano Daga também merece destaque, pois fica sem dever nada ao time que trabalhou com a banda em Time to be Free. Talvez seja cedo pra dizer o lugar de The Turn of the Lights, mas ele facilmente alcança o status de melhor álbum solo de Andre Matos e um dos cinco melhores de sua carreira como um todo.

1-Liberty
2-The Course of Life
3-The Turn of the Lights
4-Gaza
5-Stop!
6-On Your Own
7-Unreplaceble
8-Light-Years
9-Oversoul
10-Sometimes
11-White Summit

Andre Matos - voz, piano e teclado
André Hernandes - guitarra
Hugo Mariutti - guitarra
Bruno Ladislau - baixo
Rodrigo Silveira - bateria


Igor Luis Seemann

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Soulspell - Hollow's Gathering (2012)


Tendo começado como um tipo de vitrine expondo os talentos do heavy metal brasileiro, o Soulspell teve uma merecida expansão desde seu debut A Legacy of Honor (2008). O álbum possibilitou trazer ao cast montado pelo baterista Heleno Vale grandes destaques do metal mundial, tais como Jon Oliva e Roland Grapow no excelente The Labyrinth of Truths (2010). Agora, o promissor projeto está de volta com participações de Tim Ripper Owens (Judas Priest, Iced Earth, Dio Disciples), Blaze Bayley (Iron Maiden, Wolfsbane) entre outras novidades e as figuras já conhecidas dentro do Soulspell que tiveram merecido repeteco.
Se no disco anterior o Soulspell apostou numa abordagem mais sombria e dramática, em Hollow’s Gathering, especialmente essa última característica é devidamente acentuada dando ainda mais sentido à expressão “Metal Ópera”. Os vocalistas, escolhidos a dedo, fazem por merecer seus papéis deixando claro os diálogos entre seus personagens envoltos numa atmosfera musical igualmente adequada com nuances de prog. O mesmo destaque vale para o instrumental impecável, é incrível como, sobretudo as guitarras, fogem dos clichês do estilo esbanjando feeling e usando a técnica a favor da música, não o contrário. Dessa forma, se já não o tinha feito no álbum anterior, o Soulspell definitivamente consolidou sua sonoridade.
O disco que já começa bombástico desde a primeira faixa que remete à faixa título do trabalho anterior pela sua densidade, mas claro, sem correr o risco de cair na repetição. “To Crawl or to Fly” é uma faixa bem sóbria, com marcantes diálogos e instrumental maduro. Segue tomando sua forma entre belas baladas como “Anymore” que traz um ótimo solo de guitarra e as convencionais músicas pesadas da banda tendo como destaque entre essas, “The Keeper’s Game” que traz Blaze Bayley no vocal e conta com uma sonoridade mais calcada no heavy metal tradicional. As vozes femininas ganham destaque nesse álbum, mas se você não gosta de bandas desse tipo, não se preocupe: além dos ótimos vocais, esse é mais um aspecto no qual Hollow’s Gathering foge dos clichês, no mais, é chover no molhado dizer que todos os vocalistas convidados fazem um trabalho incrível independente da abordagem musical de suas carreiras.
Num panorama geral, o álbum é bem balanceado entre faixas pesadas e outras acessíveis, e numa grande sacada, ao mesmo tempo cada música tem suas oscilações de andamento servindo de apoio à trama envolvente que faz com que a audição do disco seja rápida. “Hollow’s Gathering” demonstra a evolução e maturidade do Soulspell que de uma vez por todas marcou sua sonoridade e às características a ela atreladas.

1. Hollow's Gathering
2. A Rescue Into the Storm
3. To Crawl Or To Fly
4. Anymore
5. Adrian’s Call
6. Change the Tide
7. From Hell
8. The Keeper’s Game
9. The Dead Tree
10. Whispers Inside You


Line-up:
Vocalistas:
Amanda Somerville [Avantasia, Trillium]
Blaze Bayley [ex. Iron Maiden]
Carlos Zema [ex. Outworld]
Daísa Munhoz [Vandroya]
Gui Antonioli
Iuri Sanson [Hibria]
Jefferson Albert [Vandroya]
Leandro Caçoilo [ex. Eterna]
Lígia Ishitani
Lucas Martins
Manuela Saggioro
Mário Pastore [Pastore]
Matt Smith [Theocracy]
Michel Souza
Michael Vescera [ex. Loudness, Yngwie Malmsteen, Animetal USA, Obsession]
Nando Fernandes [ex. Hangar]
Pedro Campos
Tito Falaschi [Almah]
Tim "Ripper" Owens [ex. Judas Priest, Iced Earth]
Victor Emeka


Músicos:
Cleiton Carvalho – guitarras
Edu Santos – bateria
Fábio Laguna – teclados
Fernando Giovannetti – baixo
Frank Tischer [Avantasia, Edguy] – piano
Gabriel Magioni – teclados
Gabriel Viotto – bateria
Heleno Vale – bateria
Leandro Erba – guitarras
Marco Lambert [Vandroya] – guitarras
Markus Grosskopf – baixo
Rodolfo Pagotto [Vandroya] – guitarras
Rollie Feldman [Circle II Circle] – guitarras
Thiago Amendola – guitarras
Tito Falaschi  – baixo

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Blue Murder - S/T (1989)


Supergrupos dentro do rock não são nenhuma novidade, todas as gerações tiveram os seus, desde Million Dollar Quartet até Adrenaline Mob. Mas a maioria deles tende a um fim trágico, têm a dificuldade de durar por seus particulares motivos e pra piorar, alguns verdadeiros clássicos acabam caindo no esquecimento e o Blue Murder se encaixa em todas essas tendências. Guitarrista experiente tendo começado no Tygers of Pan Tang e marcando presença nos últimos anos do Thin Lizzy e a subsequente carreira solo do líder Phil Lynott, John Sykes, principal compositor ao lado de David Coverdale no clássico de imenso sucesso comercial de 1987 do Whitesnake saiu da banda do ex-Deep Purple após uma guerra de egos, e por ser bem visto pela gravadora, permaneceu na Geffen que lhe cedeu tempo para que montasse sua própria banda.
O Blue Murder levou tempo para que chegasse a sua formação definitiva; Cozy Powell, Ray Gillen e Tony Martin tiveram suas breves passagens pela banda sendo que esse último chegou a escrever com Sykes e Gillen chegou a gravar uma música cuja versão demo pode ser encontrada na internet. Com Tony Franklin no baixo (The Firm, Jimmy Page, Kate Bush) e Carmine Appice na bateria (Cactus, Rod Stewart, Ozzy Osbourne), Sykes assumiu os vocais do power trio após a sugestão de um dos executivos da gravadora que o ouvira durante um ensaio. Assim, o Blue Murder lançou em 1989 seu primeiro álbum produzido por Bob Rock.
O álbum abre com “Riot”, paulada cheia de riffs e viradas ameaçadoras, tocada merecidamente até hoje nos shows de John Sykes figurando entre suas músicas compostas no Whitesnake e Thin Lizzy. “Valley of the Kings”, assim como toda música de heavy metal tendo Egito Antigo como temática, é uma música épica, uma das melhores do álbum e foi escrita em parceria com Tony Martin, aliás, quem conhece Black Sabbath pode perceber isso.
A performance de cada membro é excepcional. Tony Franklin é inconfundível e como sempre, seu baixo é extremamente marcante e as marteladas de Carmine Appice – que tiveram direitos a ótimos solos - , combinaram com a guitarra cortante e agressiva de Sykes que se mostrou um competente vocalista com seu timbre grave. As letras também chamam bastante atenção, não se trata de um álbum conceitual, mas algumas das melhores faixas como “Riot”, “Billy” e a pegajosa “Blue Murder” trazem o mesmo tema .
A banda não obteve grande sucesso, logo o grunge tomaria conta da cena musical e os integrantes do Blue Murder seguiriam seus caminhos, o que é uma lástima pois esse é facilmente um dos discos mais subestimados do hard rock e heavy metal.

1-Riot
2-Sex Child
3-Valley of the Kings
4-Jelly Roll
5-Blue Murder
6-Out of Love
7-Billy
8-Ptolemy
9-Black Hearted Woman

John Sykes - Voz, Guitarra
Tony Franklin - Baixo
Carmine Appice - Bateria, Backing vocals

Nik Green - Teclado

Igor Luis Seemann

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Ghost - Opus Eponymous (2010)


Eleito o terceiro melhor disco da década passada pela Sweden Rock Magazine, Opus Eponymous é o debut do Ghost que já nasceu clássico causando grande entusiasmo nos fãs e na mídia vinculados ao heavy metal e hard rock, recebendo elogios de nomes como Phil Anselmo, Dave Grohl e citada como a nova banda favorita de James Hetfield. A popularidade levou a banda a tocar em inúmeros festivais e mais recentemente estiveram em turnê com o Mastodon e o Opeth, duas das bandas mais aclamadas da atualidade.


Sabe-se que a banda foi formada na Suécia em 2008. E só. Os músicos são anônimos, o vocalista conhecido como Papa Emeritus se apresenta com a roupa de um sacerdote satanista enquanto os outros integrantes da banda vestem trajes cerimoniais e são chamados apenas como Nameless Ghouls. Pelo menos 95% das resenhas e afins encontradas sobre o disco o descrevem como um mix de Mercyful Fate com Blue Oyster Cult, dito isso, interessante notar que o Ghost tem de tudo pra soar pesado: riffs cavalgados, passagens que lembram o Black Sabbath, instrumental coeso e principalmente letras altamente satanistas com direito a “Lúcifer” sendo, de forma bem chamativa a primeira palavra do play na faixa “Con Clavi Con Dio”, entretanto, Ghost não soa mais pesado que um Pentagram ou um Captain Beyond por exemplo e isso combinado à temática escancaradamente diabólica dá um quê de insanidade, quando não, de humor e ironia. Um dos integrantes da banda declarou: Se nós acreditamos no diabo? A coisa mais importante é que o diabo acredita em nós”.

Sonoridade bastante calcada em bandas dos anos 70 com toques de elementos oitentistas tais como uso de teclados em evidência e vocal melodioso nos moldes da new wave como podemos perceber em “Elizabeth” e “Stand By Him”. “Death Knell” talvez seja a mais intensa com seus riffs que lembram bastante as patadas e marteladas do Black Sabbath com Ronnie James Dio e Vinny Appice. O grande destaque vai para “Ritual”, melhor e mais marcante música do álbum com refrão pegajoso e cativante. Um disco de havy metal cadenciado, se sustentando nos mais antigos alicerces do estilo soando quase como uma homenagem, vale a pena esperar algumas audições para as considerações finais, pois ainda que o Ghost traga os essenciais elementos da música soturna e pesada, a banda tem um som quase que paradoxal pela sua textura limpa, o que pode ser de difícil assimilação numa primeira vez.


Sonoridade bastante calcada em bandas dos anos 70 com toques de elementos oitentistas tais como uso de teclados em evidência e vocal melodioso nos moldes da new wave como podemos perceber em “Elizabeth” e “Stand By Him”. “Death Knell” talvez seja a mais intensa com seus riffs que lembram bastante as patadas e marteladas do Black Sabbath com Ronnie James Dio e Vinny Appice. O grande destaque vai para “Ritual”, melhor e mais marcante música do álbum com refrão pegajoso e cativante. Um disco de havy metal cadenciado, se sustentando nos mais antigos alicerces do estilo soando quase como uma homenagem, vale a pena esperar algumas audições para as considerações finais, pois ainda que o Ghost traga os essenciais elementos da música soturna e pesada, a banda tem um som quase que paradoxal pela sua textura limpa, o que pode ser de difícil assimilação numa primeira vez.



1-Deus Culpa
2-Con Clavi Con Dio
3-Ritual
4-Elizabeth
5-Stand By Him
6-Satan Prayer
7-Death Knell
8-Prime Mover
9-Genesis


Igor Luis Seemann

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Black Spiders - Sons of the North (2011) e Kiss Tried to Kill Me (2012)



The Answer, Wolfmother, Kyuss, entre outras, são as algumas das proeminentes bandas de stoner rock – estilo fortemente inspirado em bandas do começo dos anos 70.

Pegue o álbum Vincebus Eruptum do Blue Cheer, os três primeiros discos do Black Sabbath e mais alguma coisa do Mob Rules, as mais pesadas músicas da clássica formação do Deep Purple e um bocado de MC5 exatamente nessa ordem e você terá uma banda de stoner rock.
Formada em 2008 com seu primeiro disco lançado em 2011, o Black Spiders é, em minha opinião uma das melhores bandas dessa linha.
O quinteto britânico conta com três guitarras muito bem posicionadas em cada nota, um baixo pulsante e presente, todos transbordando riffs inspirados, sobretudo, em Black Sabbath. Um vocal que transita do grave ao estridente com facilidade, e uma bateria à lá John Bonham.

O disco abre com a veloz “Stay Down” cujos vocais sutilmente lembram AC/DC.  Daí pra frente, uma música mais bacana que a outra com um som em que a banda marca suas características  - entretanto  não se repete em momento algum, principalmente no que diz respeito à composição. O debut segue com a inusitada e bem humorada “Kiss Tried to Kill Me”, uma esquisita homenagem com várias referências à banda. Estranhamente é a música seguinte que nos lembra os homenageados, “Just Like a Woman” é Kiss até o talo, desde o riff bombástico até a letra, só que mais pesado e britânico. Mantendo o peso, “Easy Peasy” é uma pseudo-balada com um ótimo dueto e nuances de blues nas guitarras. Outros destaques vão para a épica “Blood of the Kings” e a arrastada “St. Peter”, essa última, a mais stoner do disco.
“Sons of the North” foi recepcionado muito bem pela crítica na Europa, onde a banda participou de grandes festivais como Sonisphere, Graspop, entre outros. Um disco no mínimo notável com inspirações muito bem colocadas e uma grande promessa para o hard rock e heavy metal.
1-Stay Down
2-Kiss Tried to Kill Me
3-Just Like a Woman
4-Easy Peasy
5-Blood of the Kings
6-St. Peter
7-Mans Ruin
8-Medusa's Eyes
9-Si, El Diablo
10-Whats Good a Rock Without a Roll?

O EP “Kiss Tried to Kill Me” lançado em 2012 traz a faixa-título por conta do sucesso que a mesma acarretou. “Somebody’s Fault Not Mine” talvez seja a música mais leve da banda, bem rock ‘n’ roll sem firula, que contrasta com “Sons of the North”, música que por algum motivo que não deve ser muito bom ficou de fora do debut da banda, de longe uma das 3 melhores músicas do quinteto. Letra e sonoridade altamente épicas e bem pesadas do início ao fim. O desfecho fica com “Search and Destroy”, (cover do The Stooges) que ficou bem limpa, nos moldes da supracitada “Somebody’s Fault Not Mine”.

Banda altamente competente  que merece destaque junto a outras grandes bandas novas como Ghost e Rival Sons.
1-Kiss Tried to Kill Me
2-Sons of the North
3-Somebody's Fault Not Mine
4-Search and Destroy

Pete 'Spider' Spiby-Voz e Guitarra
Ozzy 'Owl" Lister-Guitarra
Mark 'The Dark Shark' Thomas-Guitarra
Adam 'The Fox' Irwin-Baixo
Si 'Tiger' Atkinson-Bateria e Percussão

Danni Maibaum-Voz feminina em "Easy Peasy"


Igor Luis Seemann


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Adrenaline Mob - Omertá (2012)


Após sua saída do Dream Theater, Mike Portnoy comandou as baquetas em shows de bandas como Fates Warning, Avenged Sevenfold e Stone Sour, ainda que dessas três, Fates Warning seja a mais próxima do que conhecemos do baterista, foram justamente as duas últimas citadas que o influenciou a trilhar caminhos mais modernos, o que não quer dizer que tenha feito algo parecido em termos de sonoridade, longe disso.
Do outro lado, Russell Allen conhecido por ser vocalista do Symphony X trabalhava com o até então desconhecido guitarrista Mike Orlando já com músicas compostas e à procura de músicos para a vindoura banda. Allen então lembrou de conversas que teve com Portnoy sobre trabalharem juntos.
A vontade de Allen e Portnoy desde as primeiras conversas era que trabalhassem em algo diferente e foi o que fizeram muito bem, quem esperar por um disco de prog metal vai se decepcionar feio, o que de forma alguma diminui a qualidade do trabalho, mesmo porque Omertá está facilmente entre os melhores do ano. O mesmo aviso vale para quem espera as habituais atuações de Russell Allen e Mike Portnoy já que ambos esbanjam versatilidade nesse debut. Encontramos aqui um Allen bastante agressivo, rasgado no estilo Ronnie James Dio transbordando feeling e interpretação enquanto Portnoy, longe de estar contido, claro, no Adrenaline Mob joga pelo time com uma pegada mais grooveada. Mas o fato desses dois músicos se arriscarem fora de sua zona de conforto não é motivo para dar menos crédito a Mike Orlando com seus riffs à la Dimebag Darrell, pois se nesse disco há alguém que já estava próximo às características do Adrenaline Mob é Mike Orlando e isso pode ser conferido no seu projeto solo Sonic Stomp. Hoje a banda conta com John Moyer do Disturbed no baixo mas foi Orlando quem assumiu o cargo nas gravações fazendo tal qual com sua guitarra um trabalho agressivo e com as quatro cordas preenchendo as brechas entre guitarra e bateria.
A paulada “Undaunted” foi uma escolha ideal para abrir o debut sendo uma das melhores faixas e dando o tom à sonoridade de Omertá que exala peso e agressividade do começo ao fim com exceção apenas da balada “All On the Line” onde a também melodiosa voz de Allen chega a dar arrepios e uma ótima e inusitada versão dramática de “Come Undone” do Duran Duran com Lizzy Hale do Halestorm.
Vale chamar atenção para a temática “máfia” acolhida pelo Adrenaline Mob como o nome da banda já sugere também com o logo nos moldes de O Poderoso Chefão. "Omertá” é o nome dado ao voto de silêncio imposto pela máfia italiana, daí a capa do álbum e o chapéu usado por Russell Allen nos shows da banda, bem como sua postura enquanto frontman atrelada à sua interpretação agressiva.
Ainda que moderno, definitivamente não é possível colocar o som do Adrenaline Mob no mesmo saco que outras bandas novas ou as bandas supracitadas que contaram com Portnoy durante curto período. É essencialmente heavy metal calcado em algumas bandas dos anos 90 soando atual, o System of a Down nos momentos mais tradicionais de seus últimos dois discos possa ser um parâmetro razoável. Talvez o Adrenaline Mob, assim como o Kill Devil Hill de Vinny Appice esteja pavimento o caminho para a sonoridade das próximas bandas de heavy metal tradicional e o está fazendo com maestria.

1-Undaunted
2-Psychosane
3-Indifferent
4-All On The Line
5-Hit The Wall
6-Feelin' Me
7-Come Undone
8-Believe Me
9-Down To The Floor
10-Angel Sky
11-Freight Train

Russell Allen-Voz
Mike Portnoy-Bateria
Mike Orlando-Guitarra e Baixo


Igor Luis Seemann

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Black Country Communion – Black Country Communion (2010)


Aproveitando que estamos às vésperas do lançamento do novo álbum "Afterglow", postaremos resenhas dos dois primeiros discos do Black Country Communion.




Kevin Shirley é um velho conhecido para os interessados em rock ‘n’ roll – não há como ter bandas como Iron Maiden, Rush e Led Zeppelin no currículo e passar despercebido – e foi em 2009, este promoveu uma fantástica união. O line-up matador composto por Glenn Hughes, Joe Bonamassa, Jason Bonham e Derek Sherinian deu a face ao que viria a considerada “Melhor banda dos últimos 10 anos” por ninguém menos que Eddie Trunk.

Quando o single ‘One Last Soul’ foi lançado, o que se tinha noção era de que seria na linha dos últimos álbuns solo de Glenn Hughes (não desmerecendo seus fantásticos trabalhos), porém quem esperava um álbum mais calmo baseado neste sensacional single, que mostra um entrosamento muito bom da banda e linhas rítmicas muito consistentes se deu muito mal. A faixa que abre o álbum começa com um forte e frenético riff de baixo, sendo seguido pelos demais instrumentos, com paradinhas arrepiantes e a já conhecida voz potente e rasgada de Hughes vindo seguida por um solo matador de Joe Bonamassa. É uma faixa empolgante e que nos remete ao espírito do rock setentista num mix de Led Zeppelin com Ritche Blackmore. Seguida pela protagonista do single, a ótima ‘One Last Soul’, e que nos mostra o quão entrosado o grupo estava mesmo sendo tão recente. Mais adiante, nossos ouvidos revelam a maravilhosa e vibrante “The Great Divide”, que parece nos levar a um túnel de emoções conforme os segundos da canção vão passando; ela traz um som denso e cheio, que infeliz ou felizmente não remetem a banda alguma como referência, talvez por isso seja tão única, pesada, um claro e injusto desafio ao corpo para não se arrepiar. Mas “Down Again” não fica atrás, sendo uma paulada, além de podermos ouvir melhor as bases de Derek vinculado à típica guitarra de blues de Bonamassa – uma mistura sensacional.

 ‘Beggarman’, em sequência nos surpreende, com um começo que mais parece –e não é de se duvidar que tenha sido- uma jam, se desdobrando em uma música rápida e completa e completamente rock ‘n’ roll. Uma pergunta muito cabível é como um álbum que já está sendo uma audição sensacional conseguiria ficar ainda melhor, e a próxima canção vem para responder esta questão. Todos conhecemos o incrível dueto que Hughes formava com David Coverdale – de fato, um dos mais importantes de toda a história do rock ‘n’ roll, porém, em momento algum de sua longa carreira a voz de Glenn poderia ter combinado tanto com outra quanto a de Bonamassa. “Song of Yesterday” começa leve e suave –tal  como a voz de Joe – acompanhada de um breve e baixo dedilhado. Nesta longa e épica música, cujo início pode nos lembrar muito Rainbow na fase de Ronnie James Dio, a banda mostra que debuts ainda podem e devem conter obras-primas. As vozes soando lindamente com um adicional solo longo e emocionante de guitarra. A zeppeliana ‘No Time’ nos mostra que Jason merece o sobrenome que tem. Hard Rock de primeira, sem esquecer a ótima performace de Derek – discreta, porém essencial. O excelente cover do Trapeze, ‘Medusa’ –uma ótima escolha, pois se encaixou perfeitamente no álbum- . E para nos surpreender, em ‘The Revolution in Me’ Bonamassa solta toda sua qualidade vocal e mostra que mesmo jovem já mostra uma experiência sensacional para o canto, e não somente para as guitarras.

 Não exagero em dizer que este álbum pode agradar a gregos e troianos, pois o além de nos remeter a Zeppelin e trabalhos de Blackmore, para completar a santíssima trindade, o riff de ‘Stand (At The Burning Tree)’ de cara nos lembra muito Black Sabbath, mesmo sendo sem contestação uma música de hard rock. É uma linda mescla, que acabou formando um estilo muito particular.
Quase fechando o álbum, temos ‘Sista Jane’, mais um caloroso dueto de Joe e Glenn. Agitada e empolgante, com refrão grudento e riffs ótimos. A última faixa do disco, ‘Too Late For The Sun’, nos trás a uma atmosfera tensa, bem do início dos anos 70 – o que creio ter sido intencional, dado o nome do grupo-. Algo como uma breve participação de Jon Lord em alguma faixa do Black Sabbath, de início. Uma vitamina de elementos setentitas. Em suma, um álbum maravilhoso. Para aqueles que necessitam ou querem rock ‘n’ roll de qualidade, Black Country Communion não tem contra-indicações.

1-Black Country
2-One Last Soul
3-The Great Divide
4-Down Again
5-Beggarman
6-Song of Yesterday
7-No Time
8-Medusa
9-The Revolution in Me
10-Stand (At the Burning Tree)
11-Sista Jane
12-Too Late for the Sun


Glenn Hughes - Voz e Baixo
Joe Bonamassa - Voz e Guitarra
Jason Bonham - Bateria
Derek Sherinian - Teclado

Tamires Menezes 





sábado, 20 de outubro de 2012

Unisonic - Unisonic (2012)


Foram mais de 20 anos de espera. Durante esse tempo, Michael Kiske e Kai Hansen apareceram juntos em algumas faixas do Gamma Ray, Avantasia e da carreira solo do próprio Kiske. Mas agora a coisa é pra valer. Kiske e Hansen pela primeira vez em um disco desde Keeper of the Seven Keys PT.2. Mas cuidado, quem espera uma continuação vai acabar quebrando a cara.

Quem está familiarizado com o trabalho de Kiske no Place Vendome vai se situar melhor no que esperar para ouvir - o Unisonic traz além de Kiske, a cozinha do projeto de AOR que conta com a bateria de Kosta Zafiriou e o baixo de Dennis Ward (que tem também no currículo passagem pelo Pink Cream 69 e assina a produção de bandas como Angra, Sinner, Voodoo Circle, Allen/Lande, Krokus e o próprio Unisonic) - isto é, se o Unisonic tivesse de constar como continuação de algo, eu diria que é um passo gigante depois dos discos do Place Vendome, dando início a uma banda mais pesada com um som bem mais encorpado.

Ainda que Hansen e Kiske sejam as estrelas da banda, nenhum integrante fica atrás. O instrumental é bastante preciso e impecável, o que já se pode perceber na ótima faixa-título que abre o disco e apresenta a banda - um hard rock muito bem executado, mas que não define a sonoridade do play. O álbum homônimo segue com “Souls Alive” que, junto a “We Rise” é a música mais próxima do Helloween de 1988. Inevitável reparar de cara no entrosamento de Kai Hansen com o guitarrista Mandy Meyer (ex- Gotthard), riffs marcantes e solos no ponto – Hansen com sua costumeira agressividade e Meyer com seu timbre à lá Blackmore beirando o blues algumas vezes. No que diz respeito aos vocais, Unisonic traz um Michael Kiske maduro levando sua voz a novos horizontes e mostrando que ela cai muito bem em coisas mais arrastadas como “Renegade” que tem um refrão que começa bombástico e segue pegajoso voltando ao andamento mid-tempo da música.

O fato de a banda reunir vertentes diferentes dá um toque interessante nas composições e no álbum em geral que vai do AOR ‘otimista’ de “Never Too Late” e “Never Change Me” ao metal de “King For a Day”, sendo essa com certeza a que mais lembra Gamma Ray, trazendo a voz de Hansen junto a de Kiske de forma fantástica, apesar de serem timbres absolutamente díspares, poucos duos no rock combinam tanto como no refrão arrepiante dessa música. Unisonic se mostrou antes de tudo, uma banda absurdamente competente, de forma que após a audição, pouco importa se é ou será uma banda de AOR, heavy metal ou hard rock.

1-Unisonic
2-Souls Alive
3-Never Too Late
4-I've Tried
5-Star Rider
6-Never Change Me
7-Renegade
8-My Sanctuary
9-King For a Day
10-We Rise
11-No One Ever Sees Me

Michael Kiske – Voz
Mandy Meyer – Guitarra
Dennis Ward – Baixo
Kai Hansen – Guitarra
Kosta Zafiriou - Bateria

Igor Luis Seemann