sábado, 24 de novembro de 2012

Blackout Entrevista: Thomas Zwijsen

Com um leque de influências que vai de Edguy à Yamandu Costa, o guitarrista e violonista Thomas Zwijsen passou de sensação do Youtube à membro oficial da banda de Blaze Bayley. O músico holandês falou com o Blackout sobre sua trajetória, seu trabalho com o ex-vocalista do Iron Maiden e mais.




Blackout Rock Blog: Olá Thomas! Obrigado pela atenção e pelo seu tempo. Para começar, nos fale um pouco sobre como você começou sua carreira como músico e o que te trouxe ao heavy metal.
Thomas Zwijsen: Olá! Eu comecei quando meus pais me mandaram para a escola de música. Meu pai costumava construir guitarras portanto sempre havia algumas delas pela casa, então foi uma escolha fácil. Depois de alguns anos de escola de música eu realmente não estava mais gostando, até que um de meus amigos me mostrou Iron Maiden! A primeira música que escutei foi Aces High e eu virei fã na hora, eu queria tocar Maiden também! Quando eu tinha 15 anos eu frequentei uma escola especial de música na Antuérpia (Bélgica) e depois disso fui para o Conservatório de Rotterdam para estudar violão brasileiro. Também estudei violão clássico no Conservatório de Arnhem.

Blackout: Você está prestes a lançar um tributo ao Iron Maiden, certo? Então, como começou sua relação com Blaze Bayley e como foi a sua entrada na banda dele?
Thomas: Mais ou menos um ano atrás eu vi um show do Blaze na Antuérpia, perto da minha casa. Eu estava no meio das sessões de gravação para o Nylon Maiden, então achei legal a ideia de ter Blaze como convidado especial em The Clansman. Precisava de uma música da era Blaze Bayley do Iron Maiden para o meu álbum, e sempre fui fã tanto do Bruce (Dickinson) como do Blaze. Eu fui ao show e pedi para que ele cantasse no meu álbum e ele aceitou. Alguns dias depois (no último dia de 2011) Blaze me ligou e disse o quanto gostou de como nós trabalhamos juntos em estúdio, então ele me pediu para ir a Birmingham para acompanhá-lo em seu novo álbum e turnê.

Blackout: Voltando ao Nylon Maiden - que tem versões maravilhosas por sinal - como surgiu a ideia de fazer um tributo no formato acústico? É algo recorrente à sua formação clássica? E, como os vídeos do youtube te levaram a isso?
Thomas: Obrigado! Isso realmente veio por coincidência. Eu estava entediado em algum dia de 2007 e descobri uma coisa chamada youtube. Então toquei a versão clássica de Wasted Years e coloquei online, só para testar. As muitas visualizações e comentários positivos no Youtube realmente me surpreenderam, então eu coloquei mais alguns arranjos. Mais e mais pessoas começaram a perguntar e pedir por um álbum, então realmente pode-se dizer que o Youtube me trouxe a isso. Outra razão para a abordagem das versões acústicas/clássicas é a possibilidade de tocar músicas do Maiden do seu jeito, fazendo um som completo mesmo sem uma banda.

Blackout: Recentemente você gravou “The King of Metal” que é um álbum tradicional de heavy metal, e você tem uma formação clássica. Sendo assim, quando você se sente mais confortável – no set acústico ou no elétrico?
Thomas: Eu realmente amo os dois instrumentos igualmente. Eu amo as clássicas músicas de violão, flamenco, violão brasileiro, mas eu também sou fã incondicional de Iron Maiden! Eu gostei muito da turnê The King of Metal. Eu me sinto confortável desde que o público e eu, aproveitem a música.

Blackout: Como foi a responsabilidade de gravar o sucessor dos aclamados “The Man Who Would Not Die” (2008) e “Promise and Terror” (2010)?

Thomas: Pra ser bem sincero estes são os dois álbuns que eu menos gosto do Blaze Bayley. Eu não sou muito fã de metal moderno... Eu acho que é por isso que eu nem tenho esses álbuns. Particularmente meu álbum favorito do Blaze é Tenth Dimension (2002), eu o ouço desde que foi lançado! Então, quando Blaze falou que queria voltar à direção de seus velhos álbuns (ou os do Maiden), eu fiquei contente.

Blackout: Aqui no Brasil, não se conhece muito sobre música holandesa, como é a cena do rock por aí? Você tem alguma influência da música local?

Thomas: Não te culpo (risos)! Não há nada de interessante na cena do meu país. Acho que a Holanda só tem duas bandas que vocês possam conhecer: Golden Earring e o Focus, ótimas bandas. O Maiden fez covers das duas, por sinal. Eu fui mais influenciado por cenas de outros países, como a Espanha e o Brasil.

Blackout: Todo músico começa como fã. No seu caso, quem foi sua maior inspiração? Quem te fez desejar estar onde você está hoje?
Thomas: Fato. E penso que a maioria dos músicos continuam sendo fãs! Eu tenho muitos heróis da música que me inspiraram muito, bandas como Iron Maiden, Helloween, Dream Theater, Deep Purple, Edguy, Derek Sherinian, Bruce Dickinson, Blaze e o Wolfsbane. E também violonistas clássicos como John Williams, e músicos de flamenco como Paco De Lucia, Gerardo Nunez e Vicente Amigo. Também fui inspirado por um violonista brasileiro chamado Yamandu Costa, um músico insano. Nesse momento o meu favorito é Pedro Javier Gonzalez da Espanha. Ele também faz ótimos arranjos!


Blackout: Muitas bandas dizem que o público da América do Sul é o melhor. Quais são suas expectativas para os shows por aqui?

Thomas: Bem, depois de ver DVD’s como Rock In Rio, Flight 666 e En Vivo eu espero bastante! E também, Blaze me mostrou alguns dvd’s do Maiden com ele nos vocais filmados na América do Sul, e público parece ótimo! Penso que a combinação de pessoas apaixonadas, o ótimo clima e as belas mulheres farão essa turnê ser uma experiência ótima!

Blackout: Sendo um músico jovem e já bem-sucedido, qual o seu conselho para qualquer um que esteja começando a tocar um instrumento?


Thomas: Eu definitivamente aconselho a ter aulas regulares e aprender a ler e escrever música. Qualquer um dirá: é chato no começo mas no fim você se beneficia muito disso! Confie em mim, é verdade. É claro que a prática regular é importante também, e afinal, é mais divertido que assistir TV mesmo.


Blackout: Thomas, muito obrigado pela atenção, nós desejamos o melhor para o Nylon Maiden e seu trabalho com Blaze Bayley! Você gostaria de deixar uma mensagem para seus fãs brasileiros?

Thomas: Muito obrigado pela entrevista, e eu estou ansioso para encontrá-los na estrada. Eu realmente amo meus fãs brasileiros, olhando nas estatísticas do Youtube sempre tenho uma grata surpresa: a maioria dos meus (quase dois milhões) de visualizações são do Brasil! Vocês detonam!



Por Tamires Menezes e Igor Luis Seemann

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