quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Slash e Edguy - São Paulo, Espaço das Américas (06/11/2012)

Mesmo com as falhas na organização da casa, o Edguy entrou pouco antes das 20:00,  divulgando seu último álbum The Age of the Joker (2011) iniciou seu show com uma introdução perturbadora que soava de acordo com o cenário ilustrado por um palhaço insano – capa de seu supracitado último álbum. Nobody’s Hero abria o show e logo de início notava-se que apesar de se tratar de um show de abertura, muitos que ali estavam compraram seus ingressos para ver a banda alemã que não vinha ao Brasil desde o começo de 2009.




Ainda que curto, foi um set montado de forma muito inteligente trazendo todas as fases do Edguy, sendo que o show seguiria com a faixa icônica ‘Tears of a Mandrake’, engatando em ‘Lavatory Love Machine’ sendo nessa em que Tobias Sammet mostrou que um set curto não é motivo para não interagir com o público. A pesada ‘Ministry of Saints’, do penúltimo álbum da banda movimentou o público, ainda que ansioso para a atração principal da noite. Esbanjando elogios às terras paulistanas entre as músicas, mostrando grande carinho, a banda continuou  com ‘Robin Hood’, do novo álbum, ainda que comprida, ficou excelente ao vivo, dando abertura para Tobias brincar com o público em determinado trecho da música, em que somente a cozinha marca presença fazendo uma paródia do Iron Maiden, incluindo o bordão “Scream for me, São Paulo” de Bruce Dickinson.

O público respondeu à altura ao refrão grudento de ‘Vain Glory Opera’, podendo-se ouvir coros se formando em diversos pontos do Espaço das Américas. A balada ‘Save Me’ foi puxada por Tobias, que encarregou a plateia do refrão por diversas vezes, aparentemente contente com o resultado. Seguida de ‘Superheroes’, e a empolgante ‘King of Fools’, o Edguy fechava uma curta – porém muito competente – noite. O público mesmo contrastante se manteve entretido durante a apresentação, se tem a certeza que durante essa hora nasciam novos fãs de Edguy, e como a banda prometeu ao final do show: eles voltarão. E assim esperamos.

Slash feat. Myles Kennedy

Feito o ótimo show do Edguy e a devida preparação do palco para a principal banda da noite, Slash entrou pontualmente muito bem acompanhado de Myles Kennedy e a banda The Conspirators, que esbanjaram energia e empolgação - esta que foi recebida com reciprocidade do público de cara com a igualmente empolgante “Halo” do novo disco, colada com “Nightrain”, clássico do Guns ‘n’ Roses que caiu muito bem para o começo do espetáculo, antes da pisada no freio com “Ghost”.



Toda a banda toda fez justiça à calorosa recepção do público, pois todos os integrantes estavam claramente felizes por estarem lá, oferecendo uma ótima performance. O vocalista Myles Kennedy deu um show à parte, executando com facilidade as músicas de todas as fases da carreira do guitarrista, deixando sua marca, mas dando a proporção certa de fidelidade à versão original, como deve ser.

Um dos mais memoráveis momentos do show foi no clássico “Civil War”, quando o público teve uma das reações mais positivas da noite – o que não significa que tenha sido uma noite exclusivamente nostálgica, pois “No More Heroes” e “Anastasia” também foram muito bem-vindas. Entre clássicos e novidades, Slash presenteou os fãs ali presentes com um tocante solo de blues no qual transbordou feeling.



E só pelo impacto causado não há como não comentar as quatro últimas músicas, que, por sinal foram muito bem escolhidas para fechar o show. O público não hesitou em correr alegremente para a pista quando ouviram as primeiras notas de “Sweet Child O’ Mine”, seguida de “Slither” do primeiro álbum do Velvet Revolver, cuja introdução de baixo veio a calhar para que Myles Kennedy pudesse apresentar os membros da banda – um dos pontos altos do show, só não sendo mais agressiva que “Welcome to the Jungle” cantada pelo baixista Todd Kerns que o fez muito bem. Quem estava na pista pôde facilmente sentir o chão tremer por conta da agitação. A melodiosa “Paradise City” fechava o show com todos os espectadores cantando e dançando.

Uma ótima noite de celebração da carreira deste que é um dos mais adorados guitarristas dos anos 80 sem deixar que o passado ofuscasse seu notável trabalho atual.


Tamires Menezes e Igor Luis Seemann

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